terça-feira, 24 de novembro de 2009

Mestre Ahmadinejad & Lula

O presidente do Irã está chegando ao Brasil. Seis meses depois de ridicularizar Lula, cancelando de véspera sua visita ao país sem maiores explicações, Mahmoud Ahmadinejad ressurge em grande estilo.

O ditador iraniano não apenas terá o tapete vermelho do Itamaraty – nova vanguarda do terceiro-mundismo planetário –, onde almoçará com Lula. Ahmadinejad vai dar uma aula (!) no Instituto de Educação Superior de Brasília. Melhor não imaginar o que seria a Educação Inferior.

O tarado atômico do Oriente Médio não pôde vir em maio por causa das eleições em seu país. Ficou lá para cuidar pessoalmente do massacre aos oposicionistas – quando o mundo assistiu ao vivo ao assassinato da jovem estudante Neda.

Por Lula, tudo bem. O presidente brasileiro, sempre generoso com o colega iraniano, classificou o massacre como “apenas uma coisa entre flamenguistas e vascaínos”. O azar de Neda foi torcer pelo time errado.

Enquanto o mundo gritava contra os sinais evidentes de que Ahmadinejad ganhara a eleição na mão grande, Lula foi logo reconhecendo a vitória legítima do companheiro sanguinário.

De lá para cá, o cenário ampliou seus horizontes humanitários. O regime iraniano acaba de condenar à morte cinco militantes da oposição, que ousaram ir às ruas defender suas idéias. Em julgamento sumário (só não tão sumário quanto o da jovem Neda), o ditador decidiu que eles não podem mais viver.

O que Lula terá a dizer sobre isso, quando estiver dando tapinhas nas costas do companheiro Ahmadinejad?

Provavelmente nada. Assim é a diplomacia brasileira hoje. Capaz de se meter na crise civil de outro país, a ponto de hospedar um presidente deposto em sua embaixada, se ele for amigo dos amigos. Os massacrados do Irã não rezam pela cartilha de Chávez, Morales, Dirceu, Dilma, Top Garcia e companhia? Azar o deles.

Quem quiser compreender melhor essa doutrina humanitária poderá assistir à aula de Mahmoud Ahmadinejad em Brasília. A história não vai esquecer o dia em que o homem que nega a existência do holocausto ganhou, do filho do Brasil, status de professor.