domingo, 9 de novembro de 2008

Apple, Google e o futuro do PC

Já faz algum tempo que estou descontente com a evolução do PC. Lembro perfeitamente do dia, em 1997, que montei eu mesmo meu primeiro PC – antes dele eu tive um Aptiva da IBM – e a flexibilidade de componentes, a liberdade de escolhas de marcas, realmente seduziam. Dois anos depois, utilizando a mesma placa mãe para Pentium 166MHz consegui adaptar um K6-2 400MHz usando um multiplicador remapeado (2x era interpretado como 6x) mantendo o FSB de incríveis 66MHz.

O tempo passou, os processadores e os sistemas operacionais também. Do primeiro Windows 3.1 só me lembro da complexidade de fazer coisas simples funcionarem adequadamente. Com Windows 95 vislumbrei o Plug and Play e com o Windows 98 finalmente as coisas começaram a funcionar como deveriam desde o início. O Windows Millenium foi o primeiro sistema operacional que eu desinstalei, e devido ao trauma migrei para o Windows 2000 e depois para o XP. O Vista ainda não entrou na minha máquina pessoal, afinal estou muito satisfeito com o XP, mas parece que teremos um Service Pack esse ano, então quem sabe...

Quase 10 anos, e muito pouca evolução prática. Aquele “supercomputador” de 1997 deveria ser capaz de fazer várias coisas compatíveis com a capacidade de seu hardware, mas a ausência de softwares adequados impediu que todo seu potencial estivesse à disposição. Hoje vejo um hardware poderosíssimo no meu PC, mas pouca aplicabilidade prática devido em grande parte à falta de foco dos softwares em resolver problemas (alguns na verdade criam mais problemas do que resolvem), e no atraso do potencial do software em relação ao hardware em si. Já comentei com amigos de faculdade, especialmente com placas de vídeo para jogos. Essas placas chegam ao mercado um ano antes dos jogos que a requerem efetivamente estarem disponíveis, e quando chegam, já há placas de vídeo mais poderosas e baratas a disposição.

Atualmente estou usando um Smartfone da Eten, que será alvo de um artigo em breve, e estou muito surpreso com sua funcionalidade. Além de todas as funções de um celular inteligente, ele ainda tem um teclado embutido, tela touch screen, GPS, WiFi, e muito mais. Evidentemente que já instalei o Skype, Google Maps (ligado ao GPS) e mais uma série de outros recursos interessantes. Rapidamente se tornou meu escritório portátil, com direito a acessar meus e-mails IMAP onde eu estiver, desde que exista ao menos um sinal de celular ou WiFi. Evidentemente que há problemas, mas comparado aos benefícios ele é muito mais satisfatório do que aquele PC de 1997.

É nessa hora que olho para o iPhone da Apple e penso: que idéia genial! O iPhone, apesar dos seus problemas iniciais, é sem dúvida um smartphone muito mais smart do que os melhores do mercado, não pelos seus recursos em si (ele não tem, por exemplo, GPS...) mas pela sua facilidade de uso. O Eten que estou usando utiliza Windows Móbile 6 que até funciona muito bem, mas como quase tudo da Microsoft, é incompleto, de navegação pouco intuitiva e apresenta incompatibilidades com vários softwares dependendo da sua versão. Para não perder a tradição com os produtos Microsoft, eu ainda perco boa parte do meu precioso tempo fazendo ele funcionar direito com os aplicativos de terceiros (o Skype, por exemplo, só funciona na versão antiga) e com a sincronia imoral que ele faz com meu PC (me obriga a usar o Outlook do Office, e não o Express, e não me permite escolher qual caderno de endereços deve ser importado para o “Smart”phone). O Mac OS do iPhone é, por sua vez, extremamente intuitivo, óbvio e inteligente. Se há queixas devido às poucas opções de customização, por outro lado tudo funciona como deveria, e de forma muito fácil para o usuário.

Agora olhe bem para seu PC e repare só. Você certamente tem um teclado e um mouse na sua mesa, e tem também um belo monitor (espero que já seja um LCD, de preferência Widescreen, porque CRT “já era a anos,”). Todo o resto que está na sua mesa, com exceção talvez da caixa de som, não é essencial. Inclusive aquele grande, barulhento, quente e sem jeito, gabinete onde está a “alma” do seu PC. Já viram o novo iMac?